====== Programação Shell Script: boas práticas ====== Antes veja [[ti_publica:desenvolvimento_de_sistemas:boas_praticas|Desenvolvimento de sistemas: boas práticas]] Esse é um guia pessoal de referência. Na maioria dos casos a dica se baseia no **Shell Bash**, mas muitas são genéricas. Anoto aqui dicas que considero úteis, de modo que possa acessá-las de qualquer lugar, aproveitando para compartilhar com quem possa ter interesse. Ao longo de alguns anos programando a gente vai adquirindo alguns hábitos e aprendendo algumas boas dicas quando trocamos experiências com colegas ou aprendemos mais novidades estudando. Naturalmente algumas dicas aqui provavelmente servirão pra outras linguagens de programação. A medida que eu perceber isso vou tentar marcá-las como "**DICA GERAL**" ===== Referências Externas ===== ==== Gerais ==== * [[http://kvz.io/blog/2013/11/21/bash-best-practices/|Bash best practices]] ==== Frameworks ==== * [[https://invent.life/project/bash-infinity-framework/|Infinity framework]] * [[http://bashinator.org/|Bashinator]] - lista outros frameworks também * [[https://github.com/sstephenson/bats]] - Testes unitários automatizados ==== IDE ==== IDE é a sigla de Integrated Development Environment, que simplesmente se refere ao programa que se usa para escrever o código. Eu costumo escrever usando o [[https://www.vim.org/|Vim (Vi IMproved)]]. Sendo ele um editor genérico, é interessante configurá-lo pra facilitar a programação em shell. * Costumo identar com 2 espaços: set tabspace=2 * Costumo limitar as linhas a 80 colunas:\\ set columns=80\\ set textwidth=80\\ set wrapmargin=8 * Gosto do [[https://www.shellcheck.net/|Sellcheck]] que já verifica erros ao salvar o arquivo, dando dicas de melhores práticas. ======= Documentação ======= Uma etapa bem sedimentada nos conceitos de engenharia de software é a documentação. Já vi muita documentação de sistemas e muito trabalho sendo contratado que exigia a criação de uma. Há uma documentação, porém, pra qual muitas vezes não é dada a devida atenção, seja em contratos comerciais, seja na verificação do produto final, mesmo que gerado internamente numa empresa ou por uma pequena equipe: comentários e código bem escrito. **Comentários - DICA GERAL** * **regras de negócio** - um código bem comentado pode conter até as regras de negócio que estão normalmente num documento de especificação. Isso facilita a manutenção atualizada. No momento que a regra for alterada na prática, o programador está ali e pode ver que é necessário alterar o comentário. * **lógica** - em outras situações o programador faz uma lógica mais complexa e não a explica em comentários. Isso é muito ruim, tanto para trabalho em equipe quanto para o próprio programador, quando tem que mexer nesse código meses depois. **Código bem escrito** * **identação** - além de comentários, um código bem identado ajuda na compreensão da lógica. Shell não exige identação, o que pode ser uma armadilha - **DICA GERAL** * **nomes de variáveis** - dê nomes de variáveis que indiquem seu significado e uso - **DICA GERAL** * **nomes de variáveis minúsculos** - é um hábito de muitos programadores Shell o uso de nomes maiúsculos para variáveis. Isso aumenta o risco de acertar o nome de uma variável ambiente, essas sim, tradicionalmente maiúsculas. **Cabeçalho - DICA GERAL** Use um cabeçalho padrão nos seus códigos. Um bom cabeçalho pode conter: * Descrição geral do que aquele código faz * Nome do autor e data de criação * Histórico de alterações com comentários sobre cada uma * Resumo de parâmetros que recebe e que retorna **Interrompendo o programa em caso de erros** Alguns erros podem passar limpos pela execução de um shell e isso pode causar problemas difíceis de solucionar depois que o código cresce muito. Uma dica é colocar sempre no início do script a definição:\\ ''set -euo pipefail'' (Fonte:[[https://pythonspeed.com/articles/shell-scripts/|Artigo externo]]) ======= Estrutura do programa ======= * Teste de parâmetros de entrada e mensagem de uso correto * Tratamento de exceções * Configurações * Funções * Programa principal * Identação * Modularização ======= Testes automatizados ======= Existem linguagens que tem ferramentas pra facilitar isso, existe alias o [[https://github.com/bats-core/bats-core|BATS]] ([[https://hk.saowen.com/a/76a0859c6dbd6a2ac11c80dada4234fac367fdf43db39cf7e32992e46e8e1ed9|veja também esse guia]]) pro shell Bash, mas trabalhando com o conceito é possível fazer pra qualquer linguagem. Como Bash trabalha com funções, o melhor é refatorar o código de modo que funções recebam e retornem valores ou que executem coisas verificáveis, viabilizando testes externos que não necessariamente precisem executar as tarefas reais ou no ambiente real. Um script muitas vezes é pequeno e, nesses casos, a criação de testes talvez não se justifique. Se começar a crescer, se for complexo, se for ser alterado de tempos em tempos, então pode se considerar essa criação dos testes, que garantirá o funcionamento esperado de cada parte do código, evitando que uma eventual alteração faça com que se crie um bug. Essa é a moral da coisa. **Refatoração para viabilizar **\\ * Dividir o código colocando as partes que se quer testar em funções que possam ser testadas separadamente. Sem divisão fica complicado testar todo o código e fica complicado se referir a partes de um código inteiro. * Funções que recebem e retornam facilitam muito os testes * Modularizar em outros scripts também pode facilitar, se eles também receberem e retornarem algo **script testador X modo teste **\\ * Para criar um script externo que teste o principal, o ideal é que o programa principal só seja executado se não for um teste. Ao colocarmos o código separado em funções podemos testar se o principal deve rodar ou não. Para carregar as funções do script principal no script testador usamos a sintaxe: source principal.sh e as funções estarão disponíveis dentro do testador, não sendo executada nenhuma. Ao executar o principal diretamente, o programa principal dispara os processos. Como fazer essa diferenciação? Através da variável "$0". Ao chamar um script diretamente, o $0 assume o nome do script. Quando carregamos com o "source" ficamos com "$0 = -bash". A parte principal do script deve, portanto, ter sua execução condicionada: ## PROGRAMA PRINCIPAL if [ "$0" != "-bash" ]; then echo "programa principal" fi Os resultados da execução de cada uma das formas é o previsto: $ source principal.sh $ . principal.sh $ ./principal.sh programa principal $ bash principal.sh programa principal Notas: * O comando "." é equivalente ao "source" * Mesmo chamando outro shell com "bash" o "$0" se mantém como "principal.sh" De resto, portanto, é colocar em funções o que é necessário testar no código e chamar elas dentro da parte principal do programa (que não será testada) e dentro do script testador, que promoverá, idealmente, uma série de testes, verificando o comportamento de cada função para N situações diversas, de modo a garantir a estabilidade do código. ======= Ferramentas auxiliares ======= * Controle de versão ======= Dicas da linguagem ======= ===== Arquivos temporários ou em memória ===== No Bash podemos usar a sintaxe: comando1 <( comando0 ) onde o trecho "<( comando0 )" se comporta como um arquivo para o "comando1". Dessa forma, se precisamos lidar com um conteúdo gerado pelo comando0 mas o comando1 só trabalha com arquivo, podemos trabalhar apenas em memória, sem a necessidade de criar um arquivo temporário em disco, o que consome mais código, mais recursos e mais tempo de programação e execução. **Referência**: [[https://github.com/pkrumins/bash-redirections-cheat-sheet|Bash redirections cheat sheet]] Exemplo: definindo múltiplas variáveis read filesystem total used free perc name < <(df . | tail -1) ===== Lendo linha a linha e atribuindo colunas a variáveis ===== echo "Sistema" echo " disponivel" df | grep -v "^Filesystem" | while read fs total used avail perc mount; do echo "$fs" echo " $avail" done Resultado da execução: $ ./exemplo.sh Sistema disponivel /dev/mapper/system-root 2014976 devtmpfs 8121660 tmpfs 8133648 * opção de delimitador * como jogar linha inteira numa variável * readarray